Na espera dos médicos cubanos que devem começar a atender na próxima semana, municípios como Araci e Tucano apresentam postos de saúde em condições precárias. Em Barreira, na zona rural de Araci, o posto de saúde da família teve a última faxina em junho. Além disso, os equipamentos estão quebrados e na sala de armazenamento de remédios, as caixas estão espalhadas pelo chão.
“Toda semana a gente tem ao menos um dia sem água. Não tem ambulância. O desfibrilador não está funcionando. Se chegar alguém com parada [cardiorrespiratória], a gente vai orar, e só”, disse a médica Tamillys Figueiredo em reportagem da Folha de S. Paulo.
A reportagem visitou ainda o local na quinta-feira (12). Na fila de atendimento, beneficiárias do Bolsa Família se preocupavam sobre como será a comunicação com o médico novato. ”Vai ser difícil, mas prefiro esperar ele chegar para saber se será bom”, disse a dona de casa Joana Silva, 36, que recebe R$ 134 da bolsa federal.
O secretário de Saúde de Araci, Batista Santiago, disse que o posto foi aprovado na visita de representantes do ministério da saúde, também na quinta-feira. O Ministério da Saúde diz que serão investidos R$ 15 bilhões até 2014 na expansão e melhoria da rede pública de saúde do país. Segundo a pasta, a unidade de Araci, uma das visitadas pela reportagem, deve passar por ampliação no valor de R$ 76.725,00.
Em Tucano, a unidade de saúde do povoado de Rua Nova, também na zona rural, não conta com salas da gerência e de inalação coletiva, de acordo com as funcionárias Luciana Alves, 26, e Eliana Matos, 29.
Embora a unidade se mostrasse em melhor estado, fruto de uma reforma em 2011, a prefeitura não autorizou o registro de imagens do local. A enfermeira tenta fazer o papel de médica da região.
A secretária de Saúde de Tucano, Isis Miranda, diz que os três postos que serão ocupados pelos cubanos estão “todos ótimos”.
A Bahia é o terceiro Estado que receberá mais profissionais do programa (45), atrás de Pará e Amazonas.