quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Nove de fevereiro: Uma década sem Antônio de Pádua Moreira

Por: Do Karmo Carvalho
Uma data que nunca será esquecida da memória histórica de Araci. O nove de fevereiro de 2002 poderia ter sido marcado na história como um dia qualquer e comum como os outros, se não fosse uma ação violenta e fria de seres humanos que vegetavam na terra, e tiraram do colo da boa terra do Raso, o legislador Antônio de Pádua Moreira da Silva – Tita.  Um fato que na época chocou toda cidade e ainda é lamentada pelo sangue araciense.

Antônio de Pádua Moreira da Silva – Tita
Na época, a edição de nº 1 do primeiro ano de circulação do Jornal A Folha de Araci, hoje, Jornal Folha dos Municípios, destacava em manchete: “Assassinato do líder do governo na Câmara de Vereadores de Araci.” – (memória do Folha dos Municípios).  Nas páginas seguintes, a narrativa do desfecho do ocorrido e o estado de choque que se encontrava a cidade.
Tita tinha sido reeleito pela terceira vez consecutiva pelo PTB com 479 votos, assumia mais um mandato e fazia parte de uma comissão parlamentar de inquérito – CPI, que investigava improbabilidade administrativa da gestão municipal de 98 a 2000. A CPI era montada pelos vereadores Alberto Magno, Batista Santiago e Manuel Pinho, auxiliados tecnicamente pelo vereador emérito da Bahia, Grênivel Moura.
Até hoje, o resultado das investigações e o não julgamento do processo não traz conforto e paz para a família do falecido que ainda procuram substituir a ausência do bom esposo e ótimo pai relembrando os muitos bons momentos de Tita, ainda em vida.
O assassinato de Tita ocorreu um mês depois de ter comemorado os 14 anos de casado com a comerciante Osana Lopes, que esteve com a reportagem e contou um pouco da sua vida sem Tita: “Tenho passado por momentos muitos difíceis. Situações que nunca pensei de vencer, mas confiei na força de Deus, no apoio da família e dos meus filhos”. Osana afirma que foi muito difícil tocar tudo sozinha. “Os dois comércios para dar continuidade, uma vida para seguir em frente, mas sem contar com o apoio de alguém que estava ali do seu lado todos os dias. Foi muito difícil” – comentou emocionada.

Recorte da capa da 1ª edição, do ano I, do jornal A Folha de Araci. Trazia como manchete, o assassinato do vereador.
Os filhos: Pablo de Pádua, Polliana Rackell e Paula Horrana,  foram fortes e conseguiram tira da dor o orgulho de ter um pai, que mesmo ausente, estava presente nos mais pequenos lugares que sejam. Para a viúva, Tita, ainda está presente na vida dos filhos. “Todos eles falam todos os dias do pai. Tem fotos dele no computador, no quarto. É como se o espirito de Tita estivesse com eles (filhos) o tempo todo.” – afirma.
Mesmo depois de ter se passado uma década, a família ainda aguarda o desfecho judicial e a condenação do(s) assassino(s). “Tenho ainda esperança na justiça dos homens, mas tenho ainda mais confiança na justiça divina que não falha” – Enfatizou Osana.
Nesta quinta-feira (9), nas intenções da missa terá o nome de Antônio Moreira de Pádua. Uma forma de colocar todos no conforto da luz divina.