quinta-feira, 24 de maio de 2012

Valor cobrado pelo ônibus na capital é de R$ 2,50. Algumas pessoas recorrem às caronas como alternativa de transporte.

Do G1 BA
Passagem do transporte clandestino chega a custar R$ 3, diz usuário na BA (Foto: Egi Santana/ G1)
População improvisa ponto para aguardar transporte clandestino (Foto: Egi Santana/ G1)
Roberto Sousa, morador do bairro de São Caetano, em Salvador, conta que pagou R$ 3 pelo transporte clandestino de sua casa até a Avenida ACM, na manhã desta quinta-feira (24), segundo dia da greve de ônibus na Bahia. "Cada um tira seu lucro de onde pode, não é?. Paguei R$ 3 e agora tenho que justificar ao patrão para ter o reembolso", diz. Assim como Roberto, muitos soteropolitanos utilizam o Salvador Card, cartão onde é depositado o valor a ser utilizado durante todo o mês pelo trabalhador.
Roberto, que trabalha em uma empresa na saída de Salvador pela BR-324, diz que depois de esperar quase três horas por um ônibus decidiu ligar para o chefe e pedir carona. "Agora o jeito vai ser a carona. Vou ficar aqui esperando o colega vir me buscar. Era para começar o expediente às 7h, mas vai dar 10h e nada", reclama.
A prática da carona é algo visível pelas ruas. Nesta manhã, o G1 percorre a capital para acompanhar a greve de rodoviários e muitos veículos de passeio estavam com a lotação máxima durante o horário de pico. "Estamos levando todos os colegas, até o chefe", disse um dos motoristas, nesta manhã.
Ao saber da greve na noite de terça-feira (22), Moema Barreto, que trabalha com comunicação visual, entrou em contato com sua supervisora para negociar uma alternativa de transporte. "Eu trabalho no Resgate e moro na Paralela, então acertamos dela me dar carona durante a greve. Minha supervisora sai de Cajazeiras para me buscar e ainda damos carona para mais duas pessoas que moram em Águas Claras", conta.
A jovem diz ainda que alguns colegas estão tendo que pegar táxi para ir e voltar do trabalho. "A empresa está arcando com esse custo, além de dar um auxílio combustível para quem dá carona aos colegas. Ainda assim, estamos dando uma contribuição, porque gasta muita gasolina", conclui.
Greve
Os rodoviários pedem 13,8% de aumento. A categoria almeja a volta do pagamento do quinquênio (benefício extinto em 2006), reajuste salarial referente ao cálculo de índice de inflação do Dieese, mais 3% de ganho real. Os rodoviários pedem também 30 tíquetes alimentação com valor de R$ 12 (hoje de R$ 10,70), com desconto de 20% do valor do salário. Ao todo, 18 mil rodoviários estão em greve na Bahia.

Por determinação da Justiça, grevistas e empresários são obrigados a manter em funcionamento, nos horários de pico, 60%. A multa pelo descumprimento dessa ordem é de R$ 50 mil.