A venda de chips de celular das operadoras de telefonia Oi, TIM e Claro
está liberada a partir desta sexta-feira (3), segundo autorizou a
Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). As operadoras estavam
impedidas de vender novas linhas desde o dia 23 de julho nos estados
onde tinham mais reclamações.
A punição às três empresas foi anunciada no dia 18 de julho pelo
presidente da Anatel, João Rezende. O motivo foi o grande número de
reclamações feitas por clientes à agência entre janeiro de 2011 e junho
deste ano.
A liberação ocorreu depois que as operadoras apresentaram à agência
planos de investimentos para solucionar os problemas na rede de
telefonia móvel. De acordo com o presidente da Anatel, João Rezende, os
planos apresentados somam R$ 20 bilhões nos próximos dois anos.
Os documentos devem ficar disponíveis no site da Anatel para que a
população possa acompanhar o cumprimento das metas pelas operadoras.
Rezende disse que as melhorias do serviço não vão acontecer “da noite
para o dia”, mas a expectativa da Anatel é que os clientes já possam
sentir os avanços nesses serviços dentro de quatro a seis meses. “Vamos
fazer um acompanhamento bastante fino para não permitir que a situação
volte a ficar como antes da medida cautelar [que suspendeu a venda de
chips]”, disse o presidente da Anatel.
Suspensões
O critério adotado pelo órgão foi suspender a venda de chips da
operadora com o pior índice de qualidade em cada estado. Para definir
qual empresa seria punida e onde, foram considerados os números de
reclamações na Anatel, de chamadas não completadas e de interrupções de
ligações.
A TIM ficou proibida de ativar novas linhas em 18 estados e no Distrito
Federal. Já a Oi foi punida em cinco. A suspensão para a Claro valeu em
três estados. A Vivo não foi punida pela Anatel porque não registrou os
piores índices em nenhum estado. Foram interrompidas as vendas de chips
para serviços de voz e de dados (internet).
Para voltar a liberar as vendas, a Anatel e o Ministério das
Comunicações exigiram que as empresas apresentassem planos de
investimentos para solucionar os problemas na rede de telefonia móvel.
Na semana passada, representantes de TIM, Oi e Claro levaram seus planos
à agência.
Investimentos
De acordo com Rezende, presidente da Anatel, dos R$ 20 bilhões em
investimentos previstos pelas teles, cerca de R$ 4 bilhões foram
provocados pela suspensão da venda de chips, seja em investimentos
adicionais anunciados, antecipação ou remanejamento de investimentos.
A TIM informou que pretende aplicar R$ 8,2 bilhões. A Claro apresentou
intenção de gastar outros R$ 6,3 bilhões. Já a Oi vai investir R$ 5,5
bilhões em sua rede.
Essas verbas devem ser gastas, principalmente, no aumento do número de
antenas de telefonia celular, em equipamentos para elevar a taxa de
transmissão de dados e também no aprimoramento do atendimento aos
clientes.
Fiscalização trimestral
O presidente da Anatel afirmou que as empresas se comprometeram a
cumprir metas trimestrais de melhoria em suas redes e seus serviços. E
que, portanto, a cada três meses, a agência vai fiscalizar o cumprimento
dos planos em cada um dos estados. A primeira averiguação vai ser em
novembro.
Segundo ele, serão avaliadas melhorias em pontos como taxa de acesso às
redes de voz e dados; taxa de queda de chamadas de voz e de conexões de
internet móvel; taxa de reclamações de clientes às operadoras e à
Anatel; além do índice de interrupção do serviço celular (quantidade,
duração e causas).
Caso as metas não seja cumpridas, a Anatel poderá adotar novas medidas
contra as operadoras e até mesmo determinar nova suspensão de venda de
chips.
Para Rezende, os planos de investimento apresentados pelas empresas são
"satisfatórios nesse primeiro momento". Ele negou que tenha havido
pressão das teles ou do governo para apressar a liberação da venda por
conta do Dia dos Pais.
Fonte: g1.com